Pense (o) Bem
A Lua nova vem às 15h40m desta quarta, 28/5, no 7ºGêmeos21'.
Mercúrio, o regente de Gêmeos, a nove dias de entrar em retrogradação, está no final de seu signo em sintonia com Vênus também no final de Áries. Vênus ainda hoje às 22h47m ingressa em Touro, toda poderosa em sua própria casa.
A lunação está em tensão com Netuno, o que pode aumentar a fantasia e diminuir a objetividade e a clareza; e em bom aspecto para Marte em Libra. Mas este mesmo Marte, o planeta da ação, que balança a 9ºLibra30' também não se entende com Netuno em Peixes, o que sinaliza para dúvidas e indecisões. Libra e Gêmeos são os dois signos mais indecisos do Zodíaco. Assim, a imaginação fervilha em múltiplas idéias, sonhos e névoas. Gêmeos é o signo da diversidade de pensamento e que vê tudo sobre inúmeras perspectivas e possibilidades. É avaliar cada ponto de visão e buscar atenção e foco no que se deseja plantar para ver realizado à frente.
O bom senso e a sabedoria continuam a cargo do entendimento entre Júpiter (expansão) em Câncer e SaturnoRx (compromisso) em Escorpião.
E entramos nessa lunação com o doloroso contraste de viver num país com omissão e desrespeito dos governantes quanto à Educação, Segurança, Saúde, Transportes e o luxo absurdo e a fantasia dessa Copa do Mundo de Futebol. A propósito o artigo de Tostão, na Folha de São Paulo, 28/5/14, segue abaixo.
"Os pragmáticos vão dizer que "se" não ganha jogo e que a história é contada pelos vencedores. Mas o "se" serve para lembrar que a bola entra também por acaso, que nossa pretensa sabedoria se desmancha em um piscar de olhos e que tudo é muito frágil e incerto."
(Tostão, Respeitem o Acaso. Folha de São Paulo, 28/5/2014.)
E entramos nessa lunação com o doloroso contraste de viver num país com omissão e desrespeito dos governantes quanto à Educação, Segurança, Saúde, Transportes e o luxo absurdo e a fantasia dessa Copa do Mundo de Futebol. A propósito o artigo de Tostão, na Folha de São Paulo, 28/5/14, segue abaixo.
Respeitem o acaso
DE SÃO PAULO
28/05/2014 02h00
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Ao ver o protesto dos professores, na saída do ônibus da seleção para Teresópolis, lembrei-me de que já estive dentro do ônibus, como atleta, e fora dele, como professor da Faculdade de Ciências Médicas, quando ganhava tão pouco quanto os atuais professores municipais e estaduais.
Entendo os dois lados. Os professores têm razão em protestar. São, assim como a educação, maltratados há décadas.
Os jogadores não têm nada a ver com isso. Eles ganham muito porque são protagonistas de um negócio milionário. Os professores sabem disso. A manifestação não era contra os atletas. Foi uma oportunidade de gritar para serem ouvidos.
O gol de empate do Real contra o Atlético de Madri, nos acréscimos, quando o placar parecia definido e com um resultado justo, já que o Real não criava chances, é mais um exemplo de como um detalhe, um suspiro, muda a história do futebol.
O gol foi a união da técnica com o imponderável. Da técnica, porque Modric, da direita, com a perna direita, como deve ser, cobrou muito bem o escanteio, de curva, forte, com a bola fugindo do goleiro, caindo na marca do pênalti, para Sergio Ramos cabecear. Se a bola se desviasse uns 30 centímetros, ele não faria o gol, todos exaltariam a heroica conquista do Atlético, e o Real seria criticado.
Os pragmáticos vão dizer que "se" não ganha jogo e que a história é contada pelos vencedores. Mas o "se" serve para lembrar que a bola entra também por acaso, que nossa pretensa sabedoria se desmancha em um piscar de olhos e que tudo é muito frágil e incerto.
O comentarista científico, que admiro, pois a ciência é fundamental, explicaria que o gol foi o resultado de fatos anteriores que se comprimiram em um lance final, e que o Atlético recuou demais, o que aumentou as chances de escanteio e de sair o gol. São bons argumentos técnicos. Mas o jogo é muito mais que isso. Para os operatórios, dar importância ao imponderável é trair a ciência e seus conhecimentos.
O imponderável não é destino nem mistério. Faz parte do jogo, da vida. São lances corriqueiros, frequentes, que não sabemos onde e quando ocorrerão. O imponderável não torce para ninguém. Espero que esteja ao lado do Brasil na Copa.
As declarações de Parreira, de que "chegou o campeão" e de que "o Brasil está com uma mão na taça" são a união de uma excessiva confiança, baseada em critérios técnicos, já que a seleção se preparou bem, está pronta, joga em casa, é uma boa equipe (não é ainda um timaço, como disse Parreira), com a tática de empolgar o torcedor, criada por Felipão ou por um marqueteiro profissional.
Tudo isso beira também a onipotência do pensamento, de achar que tudo o que desejo e penso é a única verdade, a única realidade. É preciso valorizar os adversários e respeitar o acaso.
Tostão, médico e ex-jogador, é um dos heróis da conquista da Copa do Mundo de 1970. Afastou-se dos campos devido ao agravamento de um problema de descolamento da retina. Como comentarista esportivo, colaborou com a TV Bandeirantes e com a ESPN Brasil. Escreve às quartas e domingos.
"Os pragmáticos vão dizer que "se" não ganha jogo e que a história é contada pelos vencedores. Mas o "se" serve para lembrar que a bola entra também por acaso, que nossa pretensa sabedoria se desmancha em um piscar de olhos e que tudo é muito frágil e incerto."
(Tostão, Respeitem o Acaso. Folha de São Paulo, 28/5/2014.)
Boa Lua Nova para você!